***RUI BARBOSA***

***RUI BARBOSA***
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Novas fotos exclusivas de índios isolados no Brasil

 31 Janeiro 2011

"Para ampliar, clique nas fotos"

As fotos revelam uma comunidade próspera e saudável com cestos cheios de mandioca e mamão fresco cultivados em suas roças.
© Gleison Miranda/FUNAI/Survival
 
Novas fotos obtidas pela Survival International mostram índios isolados em detalhe nunca visto antes. Os índios vivem no Brasil, perto da fronteira com o Peru, e estão no episódio ‘Jungles’ (‘Selvas’) do programa ‘Human Planet’ (Planeta Humana) da BBC1 (qui 03 de fevereiro, 20:00 GMT).
As fotos foram tiradas pela Fundação Nacional do Indio, FUNAI, que autorizou a Survival International utilizá-las como parte de sua campanha para proteger o território dos índios isolados. Elas revelam uma comunidade próspera e saudável com cestos cheios de mandioca e mamão fresco cultivados em suas roças.

Trata-se da mesma tribo que em 2008 foi fotografada pela primeira vez na história, mas desta vez o fotógrafo conseguiu chegar mais perto dos índios. © Gleison Miranda/FUNAI/Survival
A sobrevivência da tribo está em sério perigo por causa da entrada de madeireiros ilegais que estão invadindo o território dos índios isolados no lado peruano da fronteira. As autoridades brasileiras acreditam que o influxo de madeireiros está empurrando índios isolados do Peru para o Brasil, e é provável que os dois grupos entrarão em conflito.

A Survival e outras ONGs estão fazendo uma campanha há anos para que o governo peruano aja de forma decisiva para impedir a invasão, mas pouco tem sido feito.
No ano passado, uma organização dos EUA, Upper Amazon Conservancy, realizou o último de vários sobrevôos do lado do Peru, revelando mais evidências de extração ilegal de madeira em uma área protegida.
Marcos Apurinã, coordenador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, COIAB, disse hoje, ‘É necessário reafirmar que esses povos existem e para isso apoiamos a divulgação de imagens que comprovam estes fatos. Esses povos têm tido seus direitos mais elementares, sobretudo à vida, ignorados... Portanto devemos protegê-los’.
O renomado líder indígena Davi Kopenawa Yanomami, disse hoje, ‘Tem que cuidar e proteger o lugar onde os índios moram, pescam, caçam e plantam. Por isso é útil mostrar as imagens dos isolados, para o mundo inteiro saber que eles estão lá na floresta deles e que as autoridades devem respeitar o direito deles de morar lá’.
A organização indígena da amazonia peruana AIDESEP emitiu uma declaração dizendo: ‘Nós estamos profundamente preocupados com a falta de ação das autoridades, apesar das reclamações do Peru e de fora contra o desmatamento ilegal, nada foi feito’.
José Carlos dos Reis Meirelles, sertanista da FUNAI no Acre, disse ‘São povos [isolados] meio desconhecidos. É difícil convencer até o próprio estado que eles existem. A partir disso, você demarcar um território maior para eles já é uma dificuldade - é um desafio porque você vai mexer com um monte de interesses. É o segundo desafio é manter realmente essa terra isenta de interferência externa’.
O diretor da Survival, Stephen Corry, disse hoje, ‘Os madeireiros ilegais irão destruir essa tribo. É vital que o governo peruano os pare antes que seja tarde demais’.

Este homem, pintado com tinta de sementes de urucum, está na roça comunitária, cercada por bananeiras.
© Gleison Miranda/FUNAI/Survival
Homens pintados com corante vegetal vermelho e preto olhando para à avioneta do governo brasileiro.
© Gleison Miranda/FUNAI/Survival
© Gleison Miranda/FUNAI/Survival

Nota para Editores:

Essas fotos podem ser reproduzidas, desde que o link a seguir seja incluído: http://www.uncontactedtribes.org/fotosbrasil. Contate mr@survivalinternational.org para as versões em alta resolução.

domingo, 30 de janeiro de 2011

MARIA ELISA: BRONZE FICOU DE BOM TAMANHO.

Maria Elisa (frente) e Talita  -Vitória (ES) - Foto: CBV
 PLANTÃO: Depois de um excelente início na segunda etapa do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, a resendense Maria Elisa Antonelli e sua parceira Talita Antunes, deixaram a vitória escapar nas semi-finais (29/01-sábado), quando venceram o primeiro set contra Juliana/Larissa. As parciais foram 21/17, 18/21 e 13/15. Neste domingo (30/01) disputaram a medalha de bronze contra Izabel e Elize Maia, logrando vitória fácil por 2 a 0, com parciais de 21/14 e 21/11. A prata ficou com a dupla Taiana/Vivian que foram derrotadas na final pelas medalhistas de ouro, Juliana/Larissa por 2 sets a zero, com parciais de 21/18 e 21/11. Com esses resultados, Juliana/Larissa lideram o Circuito Brasileiro de 2011, seguidas por Maria Elisa/Talita.
A próxima etapa será entre os dias 09 e 13/02/2011, nas praias do Guarajá (SP). Este blog continuará torcendo para que nossa conterrânea Maria Elisa Mendes Ticon Antonelli e sua parceira Talita Antunes tenham melhor sorte nas etapas que estão por vir.  

Fonte: CBV/2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

Direto de 1560

Imagem: Internet
Sonia Racy
Que sirva de consolo aos paulistanos: o estrago das chuvas, as casas destelhadas e inundações já atrapalhavam a vida no planalto de Piratininga há quatro séculos e meio, quando mal nascia a vila de São Paulo.
Sabem quem o diz? A mais ilustre figura do lugar naqueles tempos, o padre José de Anchieta. Numa carta de 1560 ao geral dos jesuítas em Roma, Diogo Laínes, ele descreve um desses dias em que “com os trovões tremem as casas, caem as árvores e tudo se conturba”.
Não havia 4 milhões de carros, nem semáforos apagados, nem lixo entupindo as galerias. Mas as manchetes, se houvesse, seriam as mesmas de hoje.
Guardada no arquivo dos Jesuítas em Roma, a carta veio a São Paulo em 2004, para exposição da Associação Comercial, pelos 450 anos da cidade. Remexendo cópias do material, Guilherme Afif, hoje secretário de Serra, acabou reencontrando a preciosidade.
“Não há muitos dias”, narra Anchieta, “de repente começou a turvar-se o ar, a enevoar-se o céu”. O vento “abalou casas, arrebatou telhados, arrancou pelas raízes grandíssimas árvores, de maneira que nos matos se taparam os caminhos sem ficar nenhum.”
Podia acontecer a qualquer momento. Pois “na primavera, que aqui começa em setembro, e no verão, que começa em dezembro, caem abundantes e frequentes chuvas (…). Há então enchentes dos rios e grandes inundações nos campos.”
E o mais admirável, acrescenta, “é que os índios, entretidos em seus beberes e cantares, não deixaram de dançar nem beber, como se estivesse tudo no maior sossego”.
Hoje, o paulistano ainda dança. Só que miudinho.

CATARSE... ou NUNCA É TARDE PRA DIZER ADEUS!!!

                                                                                   Foto: Internet

Ah, Luiz Inácio Lula da Silva, como esperei por este dia... Foram 2.922 dias vivendo a mais perversa das indigestões. Por favor, sem muitos rodeios e sem enrolar, entregue o osso e vá viver longe das câmeras, para que eu possa assistir aos jornais sem sobressaltos. Foi bom pra você? Divertiu-se? Então, pegue seus bonés, os mimos, meta-os em quantos caminhões necessários e, como diz a canção, junte tudo que é seu e saia do meu caminho. Pô, seja razoável, já estava mais do que na hora de o país se livrar de seus comentários inoportunos, dos palpites infelizes, das grosserias, do intermitente clima de campanha em voz rouquenha, dos discursos irados. Deu!
* * *
Desmonte esse circo mambembe, a lona rota, o palco em desnível, leve consigo os artistas decadentes, os animais sem licença, os tratadores servis, os áulicos oportunistas e dê chance a esse respeitável e desavisado público a se ver livre dessa hipnose chinfrim, das palhaçadas sem graça, das mágicas previsíveis. Devolva o dinheiro das entradas. Faça isso indo embora. Que grande aposta fizeram em você, falso brilhante, que nunca se entregou a uma lapidação. Foi bom pra você? Divertiu-se? Eu imagino, foi como tirar doce de criança. Bastou olhar aquela gente simplória e fazer-lhes umas gracinhas para que lhe carregassem nos ombros. E, sendo um deles, usou-os apenas como espelho. Por que, Lula, idolatrado e de microfone em punho, não aproveitou a chance para lhes dar bons exemplos?
* * *
Não, você preferiu o legado da esperteza, a apologia à ignorância, desobediência às leis, saída pela mentira, incoerência deslavada, deboche e desrespeito a tudo que lhe entrava em desacordo. Dividiu o Brasil em “nós” e “eles”, elites e pobres, PT e não PT, o antes e o depois de você. Na prática, fez o diametralmente oposto: foi elite, rasgou o idealismo petista, governou com o legado do “antes” e, pior, aliou-se aos piores “eles”, como Sarney e Collor. Finalmente estou livre de suas frases infelizes, recorrentes, intempestivas e mal temperadas; do seu despreparo, da sua diplomacia mal ajambrada, das suas soluções toscas pra arrumar o mundo, de seu desejo de ser rei do planeta e de suas festinhas no Torto em chapéu de palha. Eu quero uma folga!
* * *
E não me venha dizer que não apoio a inclusão dos desvalidos, a migração de classes, os programas sociais. É acusação barata. Ninguém é tolo, meu chapa. Isso valeu, e muito, mas não se imagine messias por causa dessas obrigações, não cabe essa auto-unção. E suas descabidas pretensões mundo afora, hein? Conselho de Segurança, Secretário-Geral, apaziguador de inimigos milenares... E enquanto isso aqui, “cara”, nossa saúde, segurança e trânsito, ó! Olha a coincidência: você passou 470 dias viajando! É o mesmo número que identifica nossa BR, duplicada apenas em suas promessas...
* * *
Embaixada em Funafuti(?), asilo a Cesare Batisti, único a reconhecer a China como economia de mercado, empréstimos perdoados, puxa-saco de déspotas, aumento da dívida interna... O cardápio de pretenso “estadista” esteve mais para As Aventuras de Lula na Casa da Mãe Joana. Pra finalizar, Lula, sabe quem é a prova inconteste do seu descaso pelo país? Sua mulher. Eu explico. No início do seu governo, quando repórteres perguntaram a Dona Marisa o motivo da requisição da cidadania italiana para os filhos, respondeu “quero um futuro melhor para eles”. Diga: o que essa mulher ouvia em casa enquanto você articulava o acesso à presidência? Nada! Conclusão: a presidência, pra você, Lula, era apenas algo pra se pegar por pegar.

Foi bom pra você? Então, tchau! Feliz Ano Novo pra mim, e que venha a búlgara. Se trouxer um mínimo de traquejo já estará muito bom. 

MARIA ELISA: ÓTIMO DESEMPENHO NA 2ª ETAPA

Maria Elisa e Talita - Vila Velha (ES) - Foto: CBV


PLANTÃO: Nos jogos disputados no Rio de Janeiro nesta sexta (28/01), a dupla da resendense Maria Elisa e Talita Antunes (MS) conseguiram dois excelentes resultados: No primeiro jogo do dia, venceram por dois sets a zero Rebecca e Carolina Horta (21/18 e 21/15). Na sequência, em jogo bem disputado no segundo set, derrotaram Neide e Naiana também por 2 sets a 0 (21/16 e 23/21). Com esses resultados, bastará à dupla vencer Maria Clara/Carolina para disputarem as semi-finas do torneio ainda hoje, com transmissão ao vivo pela internet a partir das 19:00h direto da praia de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro.


Fonte: CBV







quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Em cena burlesca, Dilma e 5 ministros anunciam plano para evitar tragédias daqui há cinco anos

Peço sua atenção para ler com muita calma e reflexão a notícia abaixo, veiculada com destaque, pela grande imprensa nesta segunda (17):

"O governo anunciou nesta segunda-feira (17/1) a criação do Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais. A decisão foi informada após reunião da presidente Dilma Rousseff com os ministros da Justiça, Defesa, Ciência e Tecnologia, Integração Nacional e Saúde.
A montagem do sistema ocorrerá com a modernização dos equipamentos metereológicos, como radares e pluviômetros, para tornar mais eficiente a capacidade de prevenção de fenômenos climáticos, como chuvas fortes, e com mecanismos de alerta para a população de áreas de risco. “Temos que criar um sistema de alarme, dar conhecimento à população e informar os procedimentos que ela tem que tomar em casos de risco”, explicou o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante.
O Sistema nacional de prevenção de catástrofes deverá ficar pronto em 2015.
Ainda de acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil tem cerca de 500 áreas de risco de deslizamento de encostas, onde vivem cerca de 5 milhões de pessoas. O número de locais com alerta para inundações chega a 300 em todo o país. Segundo Mercadante, o novo sistema não evitará danos materiais, mas vai salvar vidas. "Pretendemos num prazo de quatro anos reduzir o número de vítimas fatais."

Se você não leu com atenção, por favor, leia novamente, pois trata-se da maior palhaçada, descaramento, cinismo, incompetência, desrespeito às vitimas e aos seus familiares da tragédia da Região Serrana do Rio. E pergunto:
- Como a sociedade brasileira pode aceitar tal atitude de um governo?

É inadmissível esse comportamento do governo petista. Como pode a presidenta de um país reunir cinco ministros de Estado para, diante da maior tragédia brasileira, anunciar um planinho chulo como esse?
Observe atentamente nas palavras do ministro da Tecnologia, doutor de araque, que afirma que o Brasil tem 500 áreas de deslizamento e o número de locais com alerta existente hoje é de 300, ou seja, esse planinho chulo do governo petista vai levar 5 anos para ter mais 200 pontos de alarme. E para que? Não vai evitar nada. É embromação, é incompetência de planejar e executar um plano viável capaz de evitar novas tragédias daqui para frente.

Essa Região sofre com as chuvas que inundam cidades e provocam os deslizamentos. Não será um planinho chulo de alarme que irá evitar isso. E como evitar? Existem algumas maneiras:

A primeira é repondo a vegetação para que a água que desce pelas encostas das montanhas perca a velocidade ou infiltre no solo criando a voçoroca . A voçoroca, boçoroca ou ravina é um fenômeno geológico que consiste na formação de grandes buracos de erosão, causados pela chuva e intempéries, em solos onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo, que fica cascalhento e suscetível de carregamento por enxurradas
A segunda, mais segura, é construir terraços em forma de degraus a fim de proteger o solo da ação das águas pluviais. (Fonte: Wikipédia, viu presidenta e seus ministros).

*(Os Incas fazem isso há mais de 1.500 anos e Machu Pichu continua intacta. Nota de Fernando Lemos)*

Mas, já existem outras tecnologias sendo testadas e com sucesso. A Defesa Civil de Natal (RN) iniciou os testes com uma nova tecnologia capaz de impedir deslizamentos de terras em áreas de riscos, como dunas e encostas. Trata-se de um gel impermeabilizante, um produto genuinamente brasileiro e que já vem sendo usado pelo Exército dos Estados Unidos.
Aplicação de gel em encosta em Natal/RN    

O produto é aplicado sobre á área com risco de desmoronamento, formando uma espécie de pele verde sobre a terra e a vegetação. O gel impermeabilizante tem uma duração de 2 a 5 anos, dependendo do terreno em que foi aplicado e da espessura do produto. Ele é biodegradável, não possui tóxicos e, com isso, não agride ao meio ambiente.
E existem outras. Basta pesquisar, se informar com outros países que vivem ou viveram grandes tragédias, com a própria ONU que tem um setor só para cuidar de tragédias e, certamente, deverá ter inúmeras tecnologias e soluções para o problema brasileiro que não tem nada de complicado.
Agora, um governo, representado por sua presidenta e mais cinco ministros de Estado, vem de público oferecer como solução um planinho chulo como esse? Foi a cena mais burlesca desse novo governo velho, menos de uma semana, de outra com a presidenta fazendo propaganda da Unimed.
O senhor Ophir Cavalcante, presidente da OAB, ao invés de só recomendar aos 27 presidentes regionais da OAB que organizem grupos de doações às vítimas, deveria era instituir uma banca de notáveis juristas e processar civil e criminalmente, nas pessoas dos seus executivos, os governos federal, estadual e municipal, responsabilizando-os por essa tragédia na Região Serrana.
Ou se faz isso ou cada vez mais seremos meros palhaços nas mãos de governos incompetentes.

Olhe bem nos olhos da menina Ludmila, 5 anos, que teve sua casa destruída e sinta a sua alma pedindo socorro. Ela não consegue entender o que está acontecendo.
Menina Ludmila Moura, 5 anos, que teve a casa destruída pelas chuvas em Nova Friburgo
Agora olhe bem nos olhos do cão vira-lata Caramelo que ajudou a resgatar os corpos dos seus donos e depois não arredou o pé da sepultura deles.
São dois olhares: humano e animal. Mas, o sentimento de dor, tristeza, desespero, incomprensão é o mesmo.
O vira-lata Caramelo ajudou a resgatar corpos de seus donos em Teresópolis (RJ)
 No dia que um político olhar estas duas fotos e for capaz de "captar" estes sentimentos, ele estará  apto a cumprir com a missão para o qual foi eleito.

Fonte: Lúcio Neto. (http://lucioneto.blogspot.com/2011/01/em-cena-burlesca-dilma-e-5-ministros.html

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Os abutres estão chegando

Gastos calculados no chute mostram o caráter
 leviano dos nossos governantes
O centro de Friburgo  certamente não era "área de risco"
 “Não é apenas mais uma tragédia, essa de proporções inimagináveis, já considerada até por respeitáveis órgãos internacionais, como “a maior da nossa História”. É a catástrofe da imprudência oficial, do descaso, da desatenção, do descuido e da cumplicidade”.
Hélio Fernandes
Teresópolis ainda nem havia enterrado seus mortos e o prefeito Jorge Mario Sedlacek (PT) já calculava em R$ 590 milhões o dinheiro federal necessário para “reconstruir” a cidade.
De onde essa soma? Em três dias, quando muitas áreas atingidas ainda não haviam sido alcançadas, nenhum gênio seria capaz de fazer estimativas. Mas o prefeito Jorge Mário Sedlacek já tinha os números na ponta da língua.
Por quê? Quem acompanhou a reunião da presidente Dilma Rousseff com as autoridades locais, inclusive o governador, noticiou que ela se sentiu incomodada pela insistência com que esse prefeito e o colega Paulo Mustrangi, de Petrópolis, seus correligionários, falavam em dinheiro rápido para gastar na emergência.
A hora da onça beber água
Os dois estimam que somente nos seus municípios, e em Friburgo, serão necessários; de cara, R$ 2 bilhões, ou quatro vezes mais do que havia no Orçamento Federal em 2010 para obras preventivas em todo o país.
Para facilitar a apropriação de recursos, autorizando seu uso sem controle ou restrição, o governador oficial, Sérgio Cabral, decretou estado de calamidade em sete municípios afetados pela chuva.
Daqui para frente, como é do script, os governantes procurarão inventariar “o que pode ser feito para resolver a situação das pessoas atingidas”, como declarou Luiz Fernando Pezão, governador de fato, espelhando o mais explícito improviso, marca da incompetência ampla, geral e irrestrita que campeia em nosso país.
Haverá uma guerra de políticos lobistas para colocarem na fita as empreiteiras que contribuíram para suas campanhas – por dentro e por fora. A rede de interesses escusos já deve estar dando as cartas, como é de lei.
Não foi por falta de aviso
Há farta documentação sobre o descaso das autoridades, em todos os níveis, apesar das informações repassadas sobre os riscos existentes em toda a região serrana do Estado do Rio.

Um estudo encomendado pelo próprio governo fluminense já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana - como a que ocorreu na última segunda-feira e que já deixou mais de 600 mortos. A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.
Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra. O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.
É claro que o levantamento foi superado pela verdade nua e crua da tragédia. Com certeza, não constavam das áreas de risco o centro de Nova Friburgo, o Instituto Politécnico da UERJ (onde no passado funcionou a admirável escola da FGV) os bairros de veraneio de Teresópolis, cada dia mais inchados pela especulação imobiliária, e o haras do Jóquei Clube em Petrópolis, fortemente atingidos.
Não será exagero dizer que os esses estudos tornaram-se questionáveis a partir de tamanhos estragos. Agora já se fala com mais ênfase no tipo de solo vulnerável dos municípios atingidos, oferecendo um quadro em que, à falta de um projeto de escoamento efetivo, ninguém por ali pode se sentir a salvo da violência de lamas em alta velocidade. Isto é, na prática, as próprias estradas asfaltadas e sem drenagem servem de leitos para as águas dos temporais. E olha que são rodovias “pedagiadas”, onde você morre numa grana preta para passar por elas.
Corpo de delito da classe política
A catástrofe que ainda vai ter muitas consequências dramáticas poderia pelo menos servir de lição para os governantes.
Mas já não há homens públicos vocacionados. Um parceiro lembrou que, á frente do Ministério de integração, o titular, Geddel Vieira Lima, candidato ao governo da Bahia, canalizou para lá 60% dos recursos federais, e ficou por isso mesmo.
Quem vê essa guerra suja por qualquer fatia do poder não pode esperar nada de novo no front. Na década de 60, duas inundações no antigo Estado da Guanabara levaram à criação do Instituto de Geotécnica e da própria Defesa Civil.
Hoje, duvido que se pense em qualquer estratégia de prevenção. Apesar da sua magnitude acusadora, esse não foi o primeiro grande desastre natural em nosso Estado e em nosso país.
A sucessão de explosões da natureza já faz parte de uma rotina macabra que desafia a imperícia dos governantes de baixa estatura política.
O que aconteceu agora é o mais saliente corpo de delito de uma classe política indigna, que recorre a todo tipo de truque e a expedientes sórdidos para acessar os cofres gordos de um poder público desfigurado, privatizado, costurado ao gosto de um valhacouto do que há de mais desprezível na sociedade brasileira.
Essa malta que deita e rola, que só está lá para se dar bem, infelizmente, é a expressão escabrosa de nossa festejada democracia representativa.

Para ganho fácil não há áreas de risco
A insistência dos prefeitos de Teresópolis e Petrópolis em pôr a mão no dinheiro, em qualquer dinheiro, para as despesas de emergência que calculam no chute, levianamente, não causa mais espanto.
Enquanto a população procura na solidariedade incansável amenizar o sofrimento das vítimas e até mesmo purgar o seu descuido na escolha dos governantes, os abutres querem saber é por onde tirarão seus ganhos das facilidades oferecidas pela situação de calamidade configurada, de fato, no desespero generalizado, e de direito, no decreto do governador.
Daqui a pouco, a catástrofe sairá da mídia e se transformará numa pálida lembrança de um povo acostumado a tais infortúnios na mansidão cultivada conforme os hábitos e costumes destes dias mal inspirados.
Os abutres sabem que para suas incursões insaciáveis não há áreas de risco. Afinal, vivem num país onde reinam os picaretas, encastelados nas fortalezas do Estado e nos seus anexos terceirizados, fruindo de um ambiente de tal promiscuidade que amaldiçoa como inconveniente quem não reza por sua cartilha.
Que as vítimas da tragédia não se culpem amanhã por terem servido de carniça para a rapinagem dos abutres.
E que um dia renasça dos escombros a consciência crítica que tanta falta faz a todos nós.
                                     
Por E-mail de: Dr. José Eduardo Bruno

domingo, 16 de janeiro de 2011

SERRA DAS ARARAS 1967: 1.700 MORTOS

Foto: Ônibus da Viação Cometa destruído na Serra das Araras - 1967  http://barrazabus.fotopages.com/?entry=593229
Em reportagens do Diário do Vale (14/01/2011) e do Estadão, um ano antes (13/01/2010), vemos que, infelizmente, essas tragédias se repetem de tempos em tempos. E, ao que tudo indica, vão continuar se repetindo... (Fernando Lemos)

DESLIZAMENTO
Maior tragédia do Brasil foi na Serra das Araras
(DIÁRIO DO VALE - 14/01/2011)

Aurélio Paiva
Uma cruz de 10 metros na subida da Serra das Araras (Piraí-RJ), no local conhecido por Ponte Coberta, marca o início de um enorme cemitério construído pela natureza. Lá estão cerca de 1.400 mortos (fora os mais de 300 corpos resgatados) vítimas de soterramento pelo temporal que atingiu a serra em janeiro de 1967. Foi a maior tragédia da história do país, superando o número de mortos da atual tragédia na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, hoje acima de 500.

No episódio da Serra das Araras, suas encostas praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.

A Revista Brasileira de Geografia Física publicou, em julho do ano passado, a lista das maiores catástrofes por deslizamento de terras ocorridos no país. O episódio da Serra das Araras, com seus 1700 mortos estimados, supera de longe qualquer outro acidente do gênero no país.

Para se ter uma idéia do que ocorreu na Serra das Araras basta comparar os índices pluviométricos. A atual tragédia de Teresópolis ocorreu após um volume de chuvas de 140mm em 24 horas. Na Serra das Araras, em 1967, o volume de chuvas chegou a 275 mm em apenas três horas. Quase o dobro de água em um oitavo do tempo.

Mas o episódio da Serra das Araras parece ter sido apagado da memória do país e, especialmente, da imprensa. O noticiário dos veículos de comunicação enfatiza que a tragédia da Região Serrana do Rio superou o desastre de Caraguatatuba em março de 1967 (ver abaixo). O caso da Serra das Araras, ocorrido em janeiro daquele mesmo ano, sequer é citado.

Até a ONU embarcou na história e colocou a tragédia atual entre os dez maiores deslizamentos de terras do mundo nos últimos 111 anos.


Caraguatatuba

O ano de 1967 foi realmente atípico. Em março, dois meses após a tragédia da Serra das Araras, outro desastre atingiu Caraguatatuba, no litoral paulista. Chovia quase todos os dias desde o início do ano (541mm só em janeiro, o dobro do normal). Do dia 17 para 18 de março, um temporal produziu quase 200 mm de chuvas em um solo já encharcado. No início da tarde de 18 de março, sábado, a tragédia aconteceu sob intenso temporal que chegou a acumular 580mm de chuvas em dois dias (Teresópolis teve 366mm em 12 dias).

Segundos os relatos da época, houve uma avalanche de lama, pedras, milhares de árvores inteiras e troncos que desceu das encostas da Serra do Mar, destruindo casas, ruas, estradas e até uma ponte. Cerca de 400 casas sumiram debaixo da lama. Mais de 3 mil pessoas ficaram desabrigadas (20% da população da época). O número de mortos - cerca de 400 - foi feito por estimativa, pois a maioria dos corpos foi soterrada ou arrastada para o mar.

Detalhe: Caraguatatuba, em 1967, era um balneário turístico de 15 mil habitantes. Dá para imaginar quais seriam as consequências se aquela tragédia ocorresse hoje, com os atuais 100 mil habitantes.
Desabou: A Serra das Araras ficou “pelada” após tragédia de 1967

Caraguatatuba: As marcas dos deslizamentos no mesmo ano de 1967

Serra das Araras - 1967

‘Vimos mortos nas árvores, braços na lama'

Bárbara Osório-MacLaren nasceu na Alemanha em janeiro de 1939. Tendo sobrevivido à II Guerra Mundial, veio para o Brasil com a família em 1950, quando tinha 11 anos, atendendo a um chamado do avô materno, que já vivia no país.
Foi morar em São Paulo, na Tijuca Paulista, fez Admissão no Externato Pedro Dolle e, quando jovem, estudou no Ginásio Salete. Frequentava o Clube Floresta: "Nos encontrávamos (com os amigos) para nadar ou praticar outro esporte", relembra.

Em 1961, mudou-se para a Inglaterra. Seis anos depois, aos 28 anos de idade, voltou ao Brasil para rever os amigos.

Já no Rio de Janeiro, em 22 de janeiro de 1967, às 23 horas, tomou um ônibus da Viação Cometa com destino a São Paulo. Um temporal desabou na Via Dutra, que acabara de ser duplicada. Nunca, naquela região, se havia visto ou iria se ver uma chuva tão forte quanto aquela que presenciava a jovem alemã e que ela relata a seguir:

- Dentro de 40 minutos, na Via Dutra, houve um temporal. O nosso ônibus já estava na subida, mas a estrada se abriu a nossa frente. Lá ficamos até a manhã do dia seguinte. Pela rádio ouvimos os gritos de pessoas em outros carros, estavam sufocando na lama.


Bárbara dá detalhes: "Pela manhã, descemos o morro a pé, vimos mortos nas arvores, braços na lama, as reportagens nos jornais falavam de mais de 400 mortos. Eu desmaiei no transporte de caminhão desta cena ao Centro do Rio. Quando acordei do coma ou desmaio, estava em Lisboa, Portugal. Em outras palavras, em vez de me levarem a um hospital no Rio, me despacharam para a Europa".


A experiência da jovem alemã, hoje com 72 anos, foi contada há dois anos em um depoimento ao site "São Paulo Minha Cidade" e dá a dimensão do que ocorreu na Serra das Araras em 1967.


Mas seu depoimento, 42 anos após a tragédia, é uma raridade. Há poucas histórias registradas sobre os acontecimentos da época, por duas razões: carência de boa cobertura jornalística, em virtude dos parcos recursos tecnológicos da imprensa no período, e o fato de que o episódio foi tão trágico que poucos sobreviveram para testemunhá-lo.


Outra das poucas histórias que sobreviveram também envolve um cidadão estrangeiro. É a história do motorista do ônibus prefixo 529 da Viação Cometa, que salvou a vida de quase todos os passageiros. O motorista, quando vislumbrou a tragédia que poderia se suceder, pediu que todos deixassem o ônibus, mas um estrangeiro recusou-se à deixar o veículo. Poucos minutos depois, uma rocha rolou e caiu sobre o ônibus, matando o estrangeiro.
 
Advogado lembra trabalho de presos

O advogado Affonso José Soares, de Volta Redonda, que morava em Piraí na época da tragédia, lembrou que, na madrugada da tragédia na Serra das Araras, trabalhava em um habeas corpus para a libertação de sete presos. Eles haviam sido detidos, em flagrante, cerca de dois meses antes, praticando um jogo ilegal de aposta conhecido como "Jogo da Biquinha". Durante a madrugada, percebeu o barulho do estrondo, mas continuou o trabalho com o auxílio de um lampião, já que a cidade ficou às escuras por causa dos deslizamentos na serra.
- Estava trabalhando no meu escritório e escutei o estrondo por volta de uma ou duas horas da manhã. Estava trabalhando intensamente em um habeas corpus para sete presos que estavam na cadeia de Piraí e, quando as luzes se apagaram, tive que usar um lampião durante a madrugada toda - lembrou.
Na manhã seguinte, segundo ele, o município foi "invadido" por passageiros do Rio de Janeiro e de São Paulo, que ficaram impossibilitados de passar pela serra devido aos desmoronamentos e crateras.
- Foi uma ocorrência de acidente muito grave. Os ônibus de São Paulo e carros do Rio entravam em Piraí e não tinham como seguir viagem. O comércio foi praticamente invadido por passageiros. A tromba d'água tinha destruído praticamente todo o acesso. Na Serra das Araras, havia crateras enormes. Demoraram quatro ou cinco meses para restabelecer a situação - lembrou.

Antes do meio dia, no dia da tragédia, o advogado lembra que foi procurado pelo delegado que pediu sua ajuda para convencer os presidiários a colaborarem no resgate das vítimas.

- O contingente da delegacia era de cinco pessoas, entre policiais militares e civis e havia necessidade imediata de pessoas para realizar o trabalho de prestar socorro às vítimas presas nas crateras. O delegado acrescentou que os presos depositavam confiança em mim e me respeitavam e que eu poderia convencê-los a ajudar - continuou.

Ao dirigir-se àquele que seria o "líder" dos presos, Affonso recordou que frisou a oportunidade de os presos mostrarem humanidade e solidariedade.

- Falei que eles estavam tendo uma oportunidade de prestar um serviço público e demonstrar espírito solidário. Mesmo assim, lembrei que se esboçassem qualquer reação de rebeldia poderiam ter sérios problemas, porque eu tinha material suficiente para incriminá-los. Eles aceitaram e pediram para dizer que estavam nas mãos do delegado - acrescentou o advogado.

Os sete presos fizeram o trabalham mais pesado do salvamento: foram amarrados por cordas e descidos até o local em que estavam às vítimas. Além de auxiliar no salvamento e nos primeiros socorros aos sobreviventes, apanhavam corpos e os traziam abraçados.

"Eles eram fortes e fizeram um trabalho que ninguém queria fazer. Trabalharam por 48 horas e voltaram à delegacia para ajudar na parte burocrática", frisou Affonso.

Dias depois, por intermédio de um escrivão piraiense que vinha de São Paulo, Affonso descobriu que o trabalho executado pelos presos havia ido parar na primeira página do Jornal da Tarde com o título "Os sete homens bons". Sem pestanejar, anexou à reportagem ao processo que estava organizando.

- Apanhei a primeira página do Jornal da Tarde e juntei ao habeas corpus e tenho certeza que isso contribuiu para obter a liberação deles. Eles demonstraram seu lado humano, o de quem não é só criminoso, bandido - explicou.

Fonte: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,34343.html#mais


Tragédia anunciada

13 de janeiro de 2010 - Luiz F. Vaz - O Estado de S.Paulo

Os escorregamentos que afetaram a região de Angra dos Reis (RJ) chamaram a atenção pelo impacto emocional, porém trata-se de um problema recorrente. Há pouco tempo processos similares assolaram a região de Blumenau-Itajaí (SC). Dificilmente transcorre um período chuvoso sem que escorregamentos interrompam estradas, derrubem casas e provoquem mortes na Região Sudeste.
O que há de comum nessa região é o relevo acidentado e as chuvas intensas, em ambos os casos, decorrentes da formidável muralha da Serra do Mar e, entre São Paulo e Rio, da sua irmã, a Serra da Mantiqueira. Em muitos locais dessas serras as encostas têm forte inclinação e a vegetação original, constituída por densa floresta, foi removida e substituída por pastagem ou vegetação secundária, estradas foram construídas e os morros foram ocupados por barracos, casas, barracões e até mesmo prédios.
Esses fatores, encostas de forte declividade e ocupação humana, associados a chuvas contínuas e intensas, têm papel determinante na deflagração da maioria dos escorregamentos. Eles vêm sendo estudados desde o início da década de 1950, depois que foram construídas as primeiras usinas hidrelétricas de Cubatão (SP) e Nilo Peçanha (RJ), ambas atingidas por escorregamentos. Em 1928 um violento deslizamento afetou o Monte Serrat, em Santos, matando 60 pessoas e demolindo parte da Santa Casa, em consequência dos mesmos agentes.
O pior, porém, estava à frente. Em janeiro de 1967 uma área com cerca de 30 km de diâmetro, na região da Serra das Araras, com centro na Via Dutra, foi submetida a chuvas muito fortes depois de chuvas contínuas. Dezenas de escorregamentos ocorreram nas encostas provocando muita destruição e mais de 1.200 mortes, até hoje o evento natural de maior letalidade. Dois meses depois, em março, o processo repetiu-se nas proximidades de Caraguatatuba, matando 120 pessoas e destruindo 400 casas no seu caminho para o mar, ainda hoje enlameado.
O que chama a atenção nestes dois últimos casos, além da violência das chuvas, é a ocupação praticamente nula na área de Caraguatatuba atingida pelos escorregamentos. Das mudanças climáticas, culpadas pelos apressados de todos os males da Terra, nem se ouvia falar. Tampouco foi vingança divina por causa da devassidão, pois naquela época aos jovens era permitido, quando muito, dançar de rosto colado. Em síntese, mesmo sem ocupação humana, os escorregamentos acontecem, pois, na realidade, são processos naturais da evolução do relevo terrestre.
Então, estamos condenados a ficar afastados dos morros e das belas praias que eles escondem? A resposta é não, mas medidas devem ser tomadas, a mais importante delas, a avaliação da suscetibilidade ao escorregamento, também denominada risco geológico. Essa avaliação permitirá definir se a área é propensa a escorregamentos ou não. Além disso, serão identificados os cuidados necessários, além dos sistemas de monitoramento capazes de antecipar situações de alerta.
Se tais mecanismos existem e são conhecidos dos geólogos e engenheiros, por que, anualmente, os escorregamentos continuam a ceifar vidas, sonhos e benfeitorias? A resposta é simples: quase ninguém faz esse tipo de estudo. O aparato estatal não dispõe de serviços geológicos (ou, quando dispõe, as verbas são escassas) e tampouco de legislação adequada. Um bom exemplo da eficiência desses estudos foi o trabalho desenvolvido na região de Cubatão pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), contratado pelo governo estadual para analisar os escorregamentos na Serra do Mar. O IPT desenvolveu um amplo estudo, definindo as zonas de risco e a intensidade das chuvas capazes de deflagrar escorregamentos. Equipamentos para medir a precipitação foram instalados, fornecendo à Defesa Civil limites de atenção para tomar providências, como fechar estradas e evacuar as áreas críticas. Mas, por deficiência da legislação, o Estado não conseguiu impedir o crescimento dos bairros-cota que ocupam áreas de tálus, uma das principais zonas de risco da Serra do Mar.
Os geólogos, acostumados com a vastidão do tempo, lamentam-se quando chamados a diagnosticar as causas de um escorregamento e propor medidas de remediação. Há pouco a fazer, geralmente a evacuação de casas e o controle do escoamento das águas. Muito raramente há uma convocação para evitar os acidentes, identificar as áreas de risco e restringir a ocupação às áreas viáveis.
Por se tratar de um processo natural, os deslizamentos de solo e rocha são previsíveis e, consequentemente, deveriam, obrigatoriamente, ser objeto da atenção dos poderes públicos, a exemplo do que acontece com outros eventos naturais, como a gripe suína, por exemplo. Como não existem serviços geológicos, municipais ou estaduais, capazes de estudar e avaliar os riscos geológicos, não há políticas públicas de longo prazo nem órgãos responsáveis pela prevenção.
Os escorregamentos equivalem, para o Sudeste, aos terremotos dos países com atividade sísmica. Têm a vantagem de ser menos destrutivos e mais facilmente previstos, porém são letais da mesma forma. Os países sísmicos despendem milhões anualmente em sofisticados sistemas de monitoramento e, mais cedo ou mais tarde, vão conseguir se prevenir quanto aos terremotos. Aqui, temos disponível a tecnologia de prevenção dos escorregamentos, desenvolvida por nós mesmos, com um custo sensivelmente inferior, porém não a aplicamos por desconhecimento e inação dos governos.
E assim prosseguimos com essa tragédia anunciada, permitindo que pessoas saudáveis e felizes sejam soterradas enquanto dormem, ano após ano.
Luiz F. Vaz, geólogo, professor convidado do Instituto de Geociências da Unicamp, é presidente da Associação de ex-Alunos de Geologia da USP 

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100113/not_imp494694,0.php

Maria Elisa é prata em Vitória (ES)

                                                           Maria Elisa em foto de 2008
A dupla da resendense Maria Elisa Antonelli com Talita Antunes conquistou a medalha de prata na final disputada hoje  (16/01/2011) em Vitória no Espírito Santo. O ouro ficou com Juliana/Larissa, que venceram por 2 sets a 0;  parciais de 21/17 e 21/18. O bronze ficou com Luana/Lili, que derrotaram Taina/Vivian (22/20, 15/21 e 15/8). Com esse resultado, Maria Elisa e Talita assumem a vice-liderança do Circuito BB de Vôlei de Praia, liderado por Juliana e Larissa. A próxima etapa do Circuito será disputada nas praias da cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 26 a 30/01/2010. Continuaremos acompanhando e informando nossos leitores em todas as etapas, seja no Circuito Nacional, seja no Internacional. E que mais medalhas venham para Resende. Força meninas!!!

sábado, 15 de janeiro de 2011

RESENDENSE MARIA ELISA NA FINAL!!!

                                                     Foto: FIVB

Na tarde deste sábado (15/01), a dupla formada pela resendense Maria Elisa Antonelli/Talita Antunes conquistou o direito de disputar amanhã a final da primeira etapa do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia. No primeiro jogo do dia, às 12:30h elas venceram Isabel/Elize Maia por 2 sets a um, com parciais de 20/22 - 21/16 e 15/9. Na sequência, às 15:00h foi a vez de derrotarem Taiana/Vivian também por dois sets a um, com parciais de 15/21 - 21/18 e 15/11. A final de amanhã (16/01) será contra Juliana/Larissa. Parada duríssima. Espera-se uma grande partida pois a dupla rival é detendora dos títulos dos circuitos brasileiro e mundial, enquanto nossa menina de ouro e sua parceira são as vice nos mesmos torneios. 
Para quem gosta, o jogo da final será transmitido AO VIVO a partir das 10:00h deste domingo. Para assistir pela internet ao vivo, basta CLICAR AQUI. Boa sorte Maria Elisa/Talita. Que esse OURO venha para Resende!!!

Pesquisa e texto: Fernando Lemos
Fonte: CBBVP/CBV

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Maria Elisa começa bem temporada 2011!

                                                 Foto: Camilla Baptistin/CBV 2010

A atleta resendense Maria Elisa Antonelli e sua parceira Talita Antunes tiveram excelente desempenho no primeiro dia dos jogos da 1ª etapa do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, que está sendo realizado em Vitória (ES). Venceram os dois jogos de hoje (14/01) por dois sets a zero das duplas Luiza Amélia/Ágatha (21/18 e 21/15) e Naiana/Neide (duplo 21/17). Amanhã (15), às 12:30h novo jogo está programado com dupla ainda indefinida. Vamos torcer pra nossa menina de ouro vencer mais esta e se classificar para as semi-finais. Boa sorte, menina!!!

Texto: Fernando Lemos
Fonte: CBV

Impressionante: Casa desaba devido as fortes chuvas em Carapicuíba (SP)


14/01/2011 - 18h40 
 Do UOL Notícias - Em São Paulo
Casa desaba em Carapicuíba; veja

Em uma área de risco de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, duas casas desabaram nesta sexta-feira (14) por conta do enchimento de um córrego. Ninguém ficou ferido e a Defesa Civil já trabalha no local para atender desabrigados.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil da cidade, José Almeida, há entre 130 e 150 moradias na área e cerca de 30 habitações foram inundadas. “Muita gente ainda se recusa a sair, apesar dos abalos na estrutura”, disse ele ao UOL Notícias. “Vamos insistir.”
A Secretaria de Governo da cidade informou que além da Defesa Civil há trabalho social da prefeitura para atender as famílias desalojadas.

(Detalhe: Observe nas cenas finais do vídeo, que um animal preto (gato? rato?) consegue escapar nadando da casa já destruída.

 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

EU ACUSO!!!

                                                                                  Foto: Internet

Recebi há pouco de uma leitora, a cópia do texto abaixo . Acho que o tema deve ser discutido e aprofundado.  Para relembrar, veja: http://www.youtube.com/watch?v=wxxcT0wHPIY&feature=youtube_gdata

J’ACUSE !!!
(Eu acuso !)
Texto de Igor Pantuzza Wildmann*
(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)

« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice. (Émile Zola)
Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...) (Émile Zola)

Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).
A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.
O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.
Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de  convivência supostamente democrática.
No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...
E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”
Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...
Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.
Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.
Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:
EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;
EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;
EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;
EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;
EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;
EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;
EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;
EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;
EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;
EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e  do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;
EU ACUSO os  “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito;
EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;
EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição;
EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;
EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;
Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.
Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.
A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”
Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

*Igor Pantuzza Wildmann é advogado. Mestre e Doutor em Direito Econômico. Professor da Faculdade Metodista Izabela Hendrix, da Faculdade de Direito Milton Campos e da Pós Graduação da Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais. Conselheiro Técnico em Crédito Rural da FAEMG – Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais. Consultor Jurídico da ABBA – Associação Brasileira da Batata.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tráfico volta ao Complexo do Alemão, diz Exército

                                                                                 Foto: O Globo
São Paulo - A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga pelo menos dois assassinatos que seriam represálias do tráfico de drogas na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na zona norte, mesmo após a ocupação do conjunto de favelas pela Força de Pacificação, composta por paraquedistas do Exército e por policiais militares. Documentos confidenciais do Centro de Inteligência do Exército (CIE) também apontam que o tráfico de drogas voltou ao Complexo do Alemão.
A forma de atuação dos traficantes mudou, mas na Favela da Galinha um relatório aponta que homens armados mantêm uma boca de fumo itinerante. Para evitar prisões, o tráfico conta com alguns mototaxistas, que trabalham como olheiros. O documento do Exército aponta que em algumas bocas o usuário tem de dizer a senha ("onde estão os amigos?") para comprar entorpecentes.
As mortes dos dois moradores na Vila Cruzeiro, um baleado e outro a pauladas, também estão sendo investigadas pela polícia. "A parte baixa está ótima, mas na parte alta da favela alguns moradorescontaram que houve cobrança do tráfico", disse um morador da Vila Cruzeiro.
Os relatórios do Exército mostram que o tráfico voltou em várias localidades do conjunto de favelas. Um informe aponta que uma boca de fumo funciona atrás do depósito de uma loja na localidade conhecida como Skol, na Favela da Fazendinha. Na mesma favela, nas localidades conhecidas como "Casinhas" e "Campo do Seu Zé", os traficantes também instalaram bocas de fumo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

domingo, 9 de janeiro de 2011

GOVERNO LULA REFUGIOU PADRE DAS FARC POR AFINIDADE POLÍTICA

 WikiLeaks

É o que diz documento da embaixada americana em Brasília, segundo o qual o país contrariou suas próprias diretrizes de combate ao terrorismo.

Um documento publicado nesta quinta-feira pelo site WikiLeaks revela como a ideologia contaminou decisões diplomáticas ao longo do governo Lula - e não apenas no caso do terrorista italiano Cesare Battisti. Como revela o documento de setembro de 2006, produzido pela embaixada americana em Brasília, a decisão de abrigar Olivério Medina, guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), foi resultado de "pressão política de alto nível" e representa uma contradição diante do “compromisso brasileiro” com o combate ao terrorismo. Uma reportagem de VEJA, publicada em março de 2005, mostra que Medina anunciou, em 2002, uma doação de 5 milhões de dólares para a campanha eleitoral de candidatos petistas.


A nota da missão diplomática norte-americana no Brasil aponta Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do governo Lula, como fonte das pressões para que o padre fosse recebido no Brasil. A decisão foi criticada pela embaixada da Colômbia, que denunciou aos EUA a contradição entre o discurso do governo Lula e as suas atitudes. O texto considera "críveis" as alegações de que a "Presidência (brasileira) subverteu o processo e pressionou o Comitê Nacional para os Refugiados para tomar uma decisão contrária a suas próprias diretrizes".
Histórico - Quatro anos antes, a Polícia Federal brasileira havia prendido Medina pela segunda vez, a pedido da Colômbia. Em 2005, o governo de Álvaro Uribe pediu sua extradição para a Colômbia, mas, em 2006, Medina recebeu o status de refugiado político no Brasil, após negar as acusações de assassinato. O Supremo Tribunal Federal negou a extradição de Medina em 2007.
O refúgio político de Medina foi discutido em uma reunião entre o então embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, Luiz Paulo Barreto, presidente do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), o ex-chanceler Celso Amorim e o recém-nomeado ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota - à época, secretário de Assuntos Políticos do Itamaraty.
PT - Uma reportagem publicada por VEJA em março de 2005 mostra que arquivos da Agência Brasileira de Inteligência em Brasília revelaram ligações claras das Farc com o PT. Um dos documentos relata que, durante uma festa em 13 de abril de 2002, Medina disse que sua organização doaria 5 milhões de dólares para a campanha eleitoral de candidatos petistas de sua predileção. Na ocasião, faltavam menos de seis meses para a eleição.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/brasil-acolheu-oliverio-medina-por-pressao-politica
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