***RUI BARBOSA***

***RUI BARBOSA***
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)
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quinta-feira, 26 de maio de 2016

JURUNA TINHA RAZÃO. GRAVAVA POR NÃO CONFIAR!!! OU: O POLÍTICO QUE INVENTOU A GRAVAÇÃO NO PLANALTO.



Pra quem não se lembra ou desconhece a nossa história política, por essa onda de gravações que assola o país e para mostrar que isso não é novidade, vale lembrar...


Mário Juruna discursando na Câmara dos Deputados

Mário Juruna foi um líder indígena e político brasileiro. Filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), foi o primeiro e único deputado federal indígena do Brasil. Nasceu e viveu na sua aldeia de origem sem contato com o homem branco até os 17 anos, quando sucedeu seu pai na liderança da aldeia.
Na década de 1970, com pouco mais de 30 anos e ainda sem mandato parlamentar, já defendia e lutava pelos direitos indígenas. Ficou famoso por percorrer os gabinetes da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em Brasília, quando, lutando pela demarcação da terra para os índios, portava sempre um gravador (foto) "para registrar tudo o que o branco diz" e provar que as autoridades, na maioria das vezes, não cumpriam com a palavra dada. Posteriormente, publicou o livro "O Gravador do Juruna".

Juruna e seu gravador que "prova que os políticos não cumprem a palavra".

Foi eleito deputado federal pelo PDT-RJ em 1982 com 31 mil votos. Sua eleição teve uma grande repercussão no país e no mundo. Foi o responsável pela criação da Comissão Permanente do Índio no Congresso Nacional, o que levou o problema indígena ao reconhecimento formal.
Em 1984, denunciou o empresário Calim Eid por tentar suborná-lo para votar em Paulo Maluf, candidato dos militares à presidência da república no Colégio Eleitoral, mostrando (foto) e devolvendo publicamente os 30 milhões de cruzeiros recebidos na tentativa de suborno. Juruna, coerentemente, acabou votando em Tancredo Neves, candidato da oposição democrática.

Juruna devolvendo os 30 milhões de cruzeieros recebidos como suborno para votar em Paulo Salim Maluf.


Morreu por falta de cuidados, esquecido, pobre e doente em 17 de julho de 2002, aos 59 anos de idade, em decorrência de diabetes. Seu corpo foi velado no Congresso Nacional brasileiro. Uma última e justa homenagem ao (talvez) único político brasileiro verdadeiramente HONESTO de que se tem notícia.

Juruna, já doente, em Guará I, Brasília, DF, onde viria a falecer em 17/07/2002. 


Fontes: "Isto é Gente", "Descobrindo a Verdade (Blog)", Wikipédia.
Edição e concepção de texto: Fernando Lemos

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