***RUI BARBOSA***

***RUI BARBOSA***
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)
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sexta-feira, 22 de junho de 2012

BOLHA DE SABÃO


Um alerta do jornalista Alexandre Garcia que merece nossa atenção.





Alexandre Garcia - 05 de Junho de 2012


O Rei Juan Carlos esteve com a presidente Dilma esta semana. 
Fico imaginando a chefe de estado do Brasil a dizer ao chefe de estado da Espanha: "Eu sou você, amanhã", tal como na propaganda de vodka. 

Não é difícil chegar a essa conclusão. A crise na Espanha começou quando se decidiu que a expansão imobiliária seria uma solução maravilhosa para o crescimento do país: criaria emprego na construção civil ao mesmo tempo em que resolveria do problema da habitação. 

Empregou-se muita gente e estrangeiros começaram a chegar aos milhares para atender à demanda de mão-de-obra. Tijolo e concreto se tornaram sinônimos de riqueza. Áreas verdes foram cobertas por construções, assim como o cinturão verde de muitas cidades.

Em poucos anos, o preço do metro quadrado disparou e o boom da construção atraiu especuladores. O metro quadrado da habitação subiu mas os salários não. Os bancos, para manter a roda circulando, baixaram exigências para financiamentos, não se importando com a renda do financiado nem com as garantias. Imaginaram que se o imóvel estava se valorizando tanto, se o devedor não pudesse pagar, venderia o imóvel por mais preço e ainda sobraria dinheiro.
 E ofereceram crédito para comprar casa, carro, móveis, eletrodomésticos, viagens... A dívida se tornou fator de crescimento.

Mas aí, estourou a bolha dos Estados Unidos. Os espanhóis se retraíram, o consumo caiu, vieram as demissões e se descobriu que o país se sustentava tirando do futuro; nunca houve realmente riqueza nem subida na escala social.
 
Você que me lê, e percebe as semelhanças, bata na madeira para torcer que por aqui não aconteça o mesmo. 
Os sinais são alarmantes: o PIB brasileiro do primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE, aumentou apenas dois décimos por cento(0,2%). A inflação vai crescer o dobro do PIB neste ano.

Na Veja, a excelente Lya Luft chama de "ilusão" o que está acontecendo no Brasil. Ela mostra como também estamos sacando do futuro:

"Palavras de ordem nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para consumir, somos convocados a adquirir o supérfluo, até danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas ou em nossas péssimas estradas...Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de maneira impiedosa, até cruel."- escreveu ela. 

Nossa bolha está inchada. E é de sabão.

Alexandre Garcia

Comento: O alerta é válido e externa o que já estamos observando há algum tempo. 
E completo: A mudança de rumo na política econômica criada pelo governo FHC, demonstra que a equipe do ministro Mantega está se perdendo, principalmente no tocante ao câmbio. 

Não há muito tempo, dizia-se que o dólar muito baixo inibia as exportações, facilitava as importações, e causava prejuízos à indústria nacional. Elevou-se a paridade cambial e hoje o governo tenta - a todo custo - baixar a cotação pois verificou-se que o dólar alto não é bom para o país. Só para os exportadores, que acabam priorizando o mercado externo, causando desabastecimento nos produtos essenciais, e com isso, aumentando a inflação.
Será que um dia eles vão perceber que o problema não está no câmbio, mas na taxação excessiva de impostos que pagamos e no descaso com a Educação?!? Pois é isso que empaca nosso desenvolvimento sustentável de longo prazo. Simples assim...  

Fonte: Recebido por e-mail de L.Tavares. 


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