***RUI BARBOSA***

***RUI BARBOSA***
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)
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terça-feira, 5 de abril de 2011

VALE - Estatização Branca

04/04/2011 - Augusto Nunes às 23:13 \  Direto ao Ponto

A troca do presidente da Vale atesta que o governo brasileiro acabou de inventar a demissão por excesso de competência 

Ao se intrometer na vida da Vale, o governo federal produziu simultaneamente três assombros: inventou a demissão por excesso de competência, transformou Roger Agnelli no único executivo da história que perdeu  emprego por ter feito tudo certo e criou a primeira empresa privada do Brasil cuja diretoria é escolhida pelo Palácio do Planalto e decidiu nesta segunda-feira que o novo comandante será o ex-diretor Murilo Ferreira. Não é pouca coisa. E não é tudo.

Murilo Ferreira em foto de 2004

Bastou a notícia de que o governo resolvera ditar os rumos da Vale para que mais de 4 milhões de investidores começassem a perder dinheiro. Só em março, as aplicações sofreram uma queda de 6,81%. “As ações deveriam estar voando”, disse em entrevista ao jornal O Globo o especialista em investimentos Bruno Lembi. “Os preços do minério estão lá em cima e a Vale divulgou um balanço excepcional”.

Roger Agnelli: Saindo Vale por questões políticas

Privatizada em maio de 1997, a Vale começou a colecionar cifras superlativas a partir de julho de 2001, quando Agnelli assumiu a presidência para transformá-la, em 10 anos, na segunda mineradora do planeta e na maior produtora mundial de minério de ferro. Em 1997, tinha 11 mil funcionários. Hoje são 174 mil. A extração de minério subiu de 114 milhões de toneladas para 297 milhões de toneladas, e o lucro saltou de R$ 390 milhões para R$ 30,7 bilhões. Os investimentos somaram R$ 19,4 bilhões em 2010. Deverão chegar a US$ 24 bilhões em 2011.
Quem aplicou R$ 1 mil em ações da Vale no dia da posse de Agnelli tinha R$ 16.829 na conta neste 23 de março, quando o afastamento foi oficializado. A valorização foi de 1.583%. Em paragens civilizadas, tal performance faria qualquer chefe de governo disputar Agnelli a socos e pontapés com a iniciativa privada: como não instalar num ministério da área econômica alguém tão singularmente eficaz? No Brasil, como ensinou Tom Jobim, sucesso é ofensa pessoal. E a independência é o oitavo pecado capital aos olhos de governantes autoritários como Lula.
Enciumado com o executivo brilhante, indignado com o homem de empresa que ignorava determinações do presidente da República, Lula ficou à espera do pretexto para o início da ofensiva. A chance chegou em dezembro de 2008, quando a Vale incluiu a demissão de 1.300 funcionários entre as medidas adotadas para abrandar os efeitos da crise econômica internacional. De lá para cá, a abertura de 35 mil novos empregos compensou amplamente o corte, mas Lula continuou a tratar a demonstração de autonomia como traição à pátria.
Com o apoio de Dilma Rousseff, resolveu que ninguém teria sido demitido se a Vale reduzisse a exportação de minério e ampliasse os investimentos em siderurgia. E apertou o cerco ao inimigo imaginário em abril de 2009, quando Demian Fiocca, ex-presidente do BNDES ligado ao ministro Guido Mantega, foi demitido da diretoria da Vale. Em fevereiro deste ano, incumbido por Dilma Rousseff de articular o ataque derradeiro, Mantega conseguiu o apoio da maioria dos controladores da empresa para a torpeza longamente planejada.
Se o governo soubesse o que é meritocracia, Agnelli seria o ministro da Fazenda e Mantega só apareceria regularmente no gabinete do presidente da Vale caso fosse o homem do cafezinho. Na Era da Mediocridade, Obina joga na Seleção e tira Pelé do time. A multidão de ministros e figurões do segundo escalão comprova que, há quase 100 dias, Dilma Rousseff é uma ilha de despreparo cercada por todos os lados de  incompetentes incuráveis, cretinos fundamentais e gatunos compulsivos. Mas decidiu ultrapassar as fronteiras da Presidência para castigar a Vale com a demissão de um dos mais talentosos executivos do mundo.

Comentário do Blog: A antiga Cia.Vale do Rio Doce vai voltar ao que era; cabide de emprego do Governo Federal. É o início da "Era das Estatizações". E o começo da derrocada da Vale. Quem viver, verá...

Fonte: Blog do Augusto Nunes.
 

Um comentário:

  1. Isso só mostra que o povo Brasileiro desperdiçou seu ato sagrado de votar apostando em nas pessoas erradas que só se preocupam com a imagem exterior do nosso país, e nao reconhecendo os grandes REALMENTE grandes da nossa nação, pondo o poder nas mãos de uma ex guerrilheira que em minha opinião ainda tem muito o que aprender sobre o que é governar um povo em direção ao crescimento. a estatização da Vale mostra o quão absolutista o governo brasileiro está se tornando. espero em breve não ter que gritar "Salve Dilma!" afinal se lutaram pela liberdade, por que então estatizão a Vale. Hipócritas é isso que realmente são!

    Fernado otima materia ! parabens!

    Abraços do amigo Alexandre

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