Sr. Nelson Marinho - Representante das vítimas - Foto: AP |
Todas as 228 pessoas a bordo do vôo 447 da Air France do Rio de Janeiro para Paris, morreram quando o Airbus A330 mergulhou no Oceano Atlântico em 2009. Os investigadores ainda estão tentando determinar o que causou o acidente, mas houve uma mudança de rumo em abril, quando os robôs subaquáticos recuperaram os gravadores com as caixas-pretas contendo os registros de vôo do aparelho acidentado, outros componentes e corpos das vítimas.
Um navio que transporta os restos mortais e peças da aeronave está previsto para chegar no porto de Bayonne, na costa atlântica da França, nesta quinta-feira. Os corpos ainda precisam ser identificados através de exames de DNA.
Nelson Marinho, que perdeu um filho no vôo e é presidente de uma associação de vítimas brasileiras e dos membros das famílias, disse que os franceses concordaram em usar um banco de dados de DNA compilado pela polícia federal do Brasil para ajudar a identificar os corpos. O Brasil já dividiu o banco de dados com os franceses, disse Marinho, acrescentando que o processo de identificação deve agora levar entre dois e três meses.
"Depois disso, os corpos serão repatriados para suas famílias", completou ele falando após uma reunião em Paris com os investigadores da BEA (França) e representantes de associações de brasileiros, franceses, italianos e alemães das famílias das vítimas.
Marinho disse que algumas das famílias se opuseram, dizendo que não queriam os corpos de seus entes queridos retirados do mar e identificados. Mas ele acrescentou que "a maioria pretende continuar com suas vidas e você só tem a sua vida normalizada depois de um funeral”.
Com base nas informações iniciais dos registros de vôo, os investigadores dizem que os pilotos, confrontados com as leituras dos instrumentos defeituosos e os alarmes na cabine, se esforçaram para dominar a aeronave que entrou em uma tenda aerodinâmica e os confundiu, e finalmente mergulhou 38.000 pés em apenas três 1/2 minutos.
Um breve relatório altamente técnico divulgado pela BEA mês passado contém apenas observações seletivas do gravador de cabine, mas não oferece uma análise mais profunda do ocorrido e não atribui qual é a causa real do acidente. Um relatório mais completo é esperado em julho.
Marinho disse que alguns representantes das famílias tentaram obter mais detalhes sobre as caixas-pretas, mas "não era permitido”.
Terça-feira "a reunião foi dedicada especificamente para a identificação dos corpos", disse ele.
Os sensores de velocidade externa, chamados de tubos de Pitot, têm sido considerados um provável culpado pelo desastre, com especialistas sugerindo que eles podem ter se congelado demais. Os pesquisadores da BEA também descobriram que dois conjuntos de instrumentos da aeronave deram leituras de velocidade diferentes.
Desde o acidente, a Air France substituiu os monitores de velocidade em todos os seus Airbus A330 e A340.
"Estamos buscando a verdade. Perdemos parentes e precisamos aproveitar isso para fazer da aviação um transporte mais seguro, evitando assim que outras famílias sofram o que estamos sofrendo", finalizou Marinho.
Tradução do Blog
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